Esse livro foi escrito muito antes da PEC das Domésticas. Como era visto o direito do trabalhador doméstico naquela época?
Foi um livro que gerou uma boa repercussão, porque talvez tenha sido, quando lançado, o livro mais abrangente e completo sobre trabalho doméstico. Não era somente sobre direito material ou o aspecto prático, mas também sobre o aspecto processual e do direito estrangeiro. Foi muito interessante. Pretendo, quem sabe, fazer uma nova edição.
O livro foi escrito em parceria com Antônio César Villatore. Como foi desenvolvido o trabalho?
Marco Antônio Cesar Vilatore foi meu colega, um dos primeiros que conheci no mestrado, na PUC de São Paulo. Ele é um professor muito respeitado no Paraná e sempre lidou com a questão da disciplina jurídica do trabalho doméstico. Nós fomos colegas na disciplina direito processual do trabalho e fizemos estudos sobre temas relacionados a aspectos de representação processual. Começamos a desenvolver uma amizade e dissemos um dia: “Vamos escrever um livro juntos?” “Vamos!”. Então, dentro dessa construção de fazer um livro juntos, foi uma coisa muito engraçada, porque eu adiantei toda a minha parte e Marco fez alguns trechos da parte dele. Então, ele resolveu, literalmente, passar um final de semana na minha casa, em São Paulo, que era um flat de 20m² ou menos que isso, talvez, e ele passou o final de semana escrevendo. Enquanto eu estava dormindo com minha esposa no quarto, ele estava na sala escrevendo. Depois, transformamos esses textos em um livro, que foi perpassado pelo professor Pedro Paulo Manos, que chegou a ser Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, e lançamos. Isso ainda no começo das nossas carreiras docentes. Depois, Marco continuou pesquisando, produziu a tese do doutorado dele também relacionada a trabalho doméstico e o livro foi sendo atualizado a cada esgotamento de edição ou a cada mudança.