Entrevista: Novos Nomes do Direito do Trabalho


Novos nomes do Direito do Trabalho é um livro que reúne um grupo de novos autores jurídicos. Como você chegou ao papel de organizador?


O meu 14° livro é “Novos nomes do Direito do Trabalho”, esse é um dos meus mais queridos  porque eu tinha começado a ensinar há muito tempo, era juiz desde 1995, mas desde a época do Vieira (Colégio Antônio Vieira) eu já me sentia professor, pois eu dava banca  de matemática, física e quando comecei na faculdade, fui monitor de Direito Civil  e na verdade levava a turma como um estudante formando, pegava os calouros e ensinava e quando eu comecei o magistério propriamente dito, meu primeiro emprego como professor  foi em 1996, ainda em São Paulo. Voltei para a Bahia, em 1997, comecei na Católica, depois na UNIFACS. 

Ainda na Católica, 1997,1998,1999  eu tive turmas muito legais e eu convivi com essas turmas e resolvi um dia , pegar alguns dos meus melhores alunos na Católica e fazer com eles um grupo de estudo, que era um grupo interessante. Ele era assim meio capitão Nascimento, eu passava as tarefas, quem aguentava ficava e quem não aguentava saia e abandonava. Comecei com 20 pessoas e do primeiro grupo sobreviveram 10, 9 estudantes da Católica e um da Federal e nesse grupo eu fiz um trabalho bem pesado mesmo de orientação - naquela época não tinha monografia de final de curso, TCC nada disso - então eles estavam escrevendo porque eles queriam aprender e esse grupo, que era um grupo de estudo voluntário, acabou produzindo textos muito bons e eu disse vamos publicar um livro. Aí me diziam “mas como, nós somos estudantes de Direito”, eu disse não tem problema, vocês vão publicar um livro e eu vou coordenar essa publicação do livro. Então, esse é um livro que eu organizei com estudantes de Direito, fazendo temas profundos  de Direito do Trabalho, por isso o nome do livro é “Novos nomes do Direito do Trabalho”, ou seja, pessoas novas. O que que foi interessante? Muitos desses meninos , estudantes tornaram-se professores. Dessa primeira turma, por exemplo, só para falar daqueles que se destacaram mais, Miguel Calmon Teixeira de Carvalho Dantas  é o coordenador hoje do curso de Direito da UNIFACS, é procurador do Estado, doutor em Direito e professor da UFBA, é meu chefe hoje, era desse grupo, um cara que eu amo como pai, ele é um filho para mim e o pai dele morreu , quem entrou no casamento dele no lugar do pai, foi eu, dessa turma também teve Guilherme  Belintani que é doutor em Comunicação , é um dos donos e primeiro diretor  da Faculdade Baiana de Direito e hoje é secretário de ACM Neto (prefeito de Salvador), foi dessa turma também, fez um trabalho muito interessante sobre cooperativas. Também dessa turma Fábio Periano Riche, que é doutor em Direito e professor da UFBA e da UNIFACS, alguém que produziu muito e tem outros que talvez não tenham se destacado tanto, mas posso dizer Celi Guimarães  que é procuradora do Estado, Carla Barreto que é a promotora de justiça, Daniel Falcão que é juiz  de Direito, vários deles são vencedores no campo do Direito e produziram textos muito bons.

Como se deu a escolha dos autores? Houve algum critério como tema, trabalhos acadêmicos etc?

 A escolha dos autores se deu de forma voluntária, abrimos o edital para formar um grupo de estudo, e quem se candidatou participou, não foram todos que sobreviveram e o critério era quem conseguia sobreviver, porque era duro, era para produzir prazo, era para fazer texto então tínhamos textos muitos legais.

Conte um pouco o processo de organização/orientação dessa publicação.

O processo de orientação demorou quase um ano e era algo absolutamente inédito porque ninguém fazia monografia em final de curso, de repente já tinha uns meninos produzindo, foi uma revolução na Católica, onde a produção era tímida e de repente o professor faz um livro com os alunos, foi aquele frisson no final dos anos 1990, então isso foi realmente uma coisa muito interessante e os temas atualíssimos, os temas que foram discutidos  no final dos anos 1990 são temas sobre reforma trabalhista , terceirização, cooperativa, prevalece negociado  sobre legislado, arbitragem tudo lá, trabalho do menor, sindicalismo , todos temas estão lá. É uma obra que eu tenho um carinho muito grande.

Comentários

Deixe um comentário

Informação: não é permitido conteúdo HTML!
* Campos obrigatórios